Maria Eloá
Moramos em um condomínio e ficamos muito próximos de
nossos vizinhos. No lado da minha unidade, tenho a minha vizinha Eli, que é
costureira, muito boa pessoa, muito prestativa. Ela tem uma filha de onze anos
chamada Raquel, uma graça de menina, inteligente, educada, muito estudiosa. A
mãe a leva para a escola todos os dias e a busca também.
Outro dia, fui à casa delas levar algumas costuras logo
após o almoço, e ficamos conversando sobre modelos e tamanhos. Nos distraímos e
deixamos a Raquel sozinha na cozinha. Após algum tempo, fomos ver o que ela
fazia e a surpreendemos lavando a louça sem ninguém mandar. Suas mãozinhas muito
pequenas mal podiam levantar os pratos e travessas. Mas se virava como podia,
lavava um lado e, com as duas mãos, os virava descansando-os na bancada da pia,
e lavava do outro lado, tendo cuidado de virar para enxaguar. Olha a
responsabilidade, limpou todos os pratos, colocou resíduos em uma sacola para
descartar no lixo próprio. Sua mãe reclamou do uso maior do detergente, pois é
ela quem vai ao mercado fazer as compras. Raquel está sempre pronta para ir
junto, ajudar a trazer as compras. Ambas com as suas sacolas retornáveis para
preservar a natureza.
Mas nem tudo é bonito e bom no nosso condomínio. Temos um
vizinho fronteiro às nossas casas que é um demônio. É mal educado,
inconveniente. Ele tem um namorado que coloca o carro fora do estacionamento e
sempre temos que pedir pra tirar para podermos sair. Ele fica olhando, querendo
dizer desaforos pra gente. Às vezes, ficam se abraçando na frente da casa, e a
Eli tira a Raquel para ela não ver.
Eu trabalho fora e a Eli sempre repara nossas casas, pois
ela sempre fica em casa.
Não é nada fácil morar em condomínios porque temos todo o
tipo de vizinhos. Temos que ter muito jogo de corpo, mas compensa pelos amigos
queridos que temos.
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